Conselho Pleno aprova desagravo nacional à advogada vítima de atentado em Alagoas

À advogada alagoana Maricéllia Shiemper foi vítima de atentado contra sua vida no exercício legal da profissão.

O Conselho Pleno da OAB aprovou, à unanimidade, nesta terça-feira (16), a realização de desagravo público nacional à advogada alagoana Maricéllia Shiemper, vítima de atentado contra sua vida no exercício legal da profissão. Ela foi vítima de disparos de arma de fogo em frente ao Fórum do Barro Duro, na tarde da última terça-feira (9). No ataque, o marido da advogada, José Benedito Alves de Carvalho, faleceu ao tentar proteger a esposa.

O presidente nacional da OAB, Felipe Santa Cruz, disse que o episódio atinge o próprio direito de defesa. “A advogada se viu num episódio cercado de força e de dor, numa sociedade tomada pelas armas, por sua utilização irresponsável e que continua alvo do fomento ao armamento, da violência contra a mulher, contra a advocacia e contra o Estado Democrático de Direito. A Ordem não vai se calar jamais, temos que reagir e mostrar quão errado é o caminho da violência, que ceifa vidas e causa muita dor”, apontou.

O presidente da OAB-AL, Nivaldo Barbosa, relatou o episódio que ensejou o pedido de desagravo. “Uma iniciativa premeditada com o propósito de ceifar a vida da advogada. Aconteceu no estacionamento de um fórum em Maceió, onde o acusado abordou a advogada e questionou sobre a possibilidade de um acordo, sacando um revólver, apontando para a cabeça da advogada e tendo atirado, mas por sorte o disparo falhou. Na sequência, fez o mesmo com o marido da advogada, que não teve a mesma sorte. Foi um atentado a todo o sistema de justiça e à sociedade, às prerrogativas, um ato covarde contra as prerrogativas nas redondezas de um fórum, mostrando que a advocacia está em xeque”, narrou.

Para a membro do Conselho Nacional do Ministério Público (CNMP) e ex-presidente da OAB-AL, Fernanda Marinela, o momento é muito triste para a advocacia alagoana, brasileira e para as mulheres do país. “Estamos falando de segurança nos órgãos do Judiciário. Nada impediria que este cidadão entrasse no fórum e cometesse o mesmo crime em frente às autoridades. A liberdade do nosso exercício profissional está em jogo, pois a qualquer momento podemos ser assassinados por exercermos nossa função constitucional. Quantos advogados e advogadas se sentem acuados e com medo neste momento? É dever do Estado garantir nossa segurança, e aqui falo tanto como advogada quanto como mulher. Nosso ato não é um simples desagravo, mas um alerta nacional da violência que as advogadas sofrem de modo exclusivo”, alertou.

A presidente do Instituto dos Advogados Brasileiros (IAB), Rita Cortez, chamou atenção para  a naturalização da violência. “Li um artigo recentemente falando sobre a banalização do mal. E esse episódio, somado à política de armamento da sociedade, mostra exatamente isso. Devemos ter a capacidade de sempre nos impressionarmos com isso, porque não é normal. A única resposta virá por meio da articulação da Ordem, da união entre as instituições, mostrando que não conviveremos com esse estado de coisas”, assegurou.

A relatoria da proposição ficou a cargo da conselheira federal Ana Karolina Sousa de Carvalho Nunes (MA). “Este desgravo visa ser uma manifestação de solidariedade que alcance a advocacia e toda sociedade, pois o episódio de violência descrito é um atentado à Democracia e ao Sistema de Justiça, repercutindo nacionalmente, carecendo e resposta na mesma proporcionalidade”, proferiu.

Publicado em 17 de março de 2021
Fonte: Portal OAB

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