OAB Nacional e seccional alagoana desagravam advogada vítima de atentado em Maceió

Maricélia foi vítima de disparos de arma de fogo em frente ao Fórum do Barro Duro, em Maceió.

A OAB Nacional e a OAB Alagoas realizaram, na manhã desta segunda-feira (30), o desagravo público à advogada alagoana Maricéllia Schlemper, vítima de atentado contra sua vida no exercício legal da profissão em 9 de março deste ano. Na ocasião, Maricélia foi vítima de disparos de arma de fogo em frente ao Fórum do Barro Duro, em Maceió, que tiraram a vida de seu esposo José Benedito Alves de Carvalho, o “Bill”.

O secretário-geral da OAB Nacional, José Alberto Simonetti, representou a diretoria no ato. “É com muita dor que movemos a Maceió a voz de quase 1 milhão e 300 mil advogados de todo o país. A advocacia brasileira vem chorar esse luto, hipotecar aquela que talvez seja a maior solidariedade em nosso meio nas últimas décadas. A valentia de Bill não foi escudo apenas de sua esposa, mas também da dignidade da advocacia. Ele ofertou sua própria vida na defesa da profissão. Portanto, a história eternizará o seu heroísmo”, afirmou.

Para o presidente da Comissão Nacional de Defesa das Prerrogativas e Valorização da Advocacia, Alexandre Ogusuku, é necessário destacar a importância do múnus público da profissão. “Que toda a dor que a colega Maricélia está sentindo se converta na consciência nacional de que toda mulher tem direitos, de que não aceitaremos retrocessos civilizatórios, de que queremos justiça e não justiceiros. Queremos não somente a paz, mas a garantia do próprio direito à vida enquanto exercemos nossa profissão. Não são poucas as mulheres advogadas que sofrem violência e perseguição. Portanto, é hora da sociedade entender que advogados e advogadas são o fio de esperança a acalentar a alma dos aflitos”, reforçou.

A conselheira federal pela OAB-AL e representante da Ordem no Conselho Nacional do Minsitério Público (CNMP), Fernanda Marinela, fez uma leitura resumida do voto proferido no Conselho Pleno da OAB Nacional pela relatora Ana Karolina Nunes (MA). “A defesa do Estado Democrático de Direito implica o respeito ao que está legalmente positivado, como forma de garantir a estabilidade jurídica e a segurança das instituições e do cidadão. Acontecimentos dessa natureza geram revolta e medo na classe, ceifando vidas e pondo em risco o exercício da nossa profissão, tida pela Constituição como função essencial à Justiça. A concessão desse desagravo é ato de justiça firme e eloquente do Conselho Federal da OAB, não apenas para Alagoas, mas para todas as seccionais e subseções do país”, apontou. Ela também criticou o machismo arraigado na sociedade e a violência que vitima as mulheres no país.

Na visão do presidente da OAB-AL, Nivaldo Barbosa Júnior, o crime se resume em blasfêmia e dor. “Tentaram colocar de joelhos a advocacia, as mulheres e a justiça. O crime se deu no dia 9 de março, um dia após o Dia Internacional da Mulher. Deveríamos estar celebrando avanços e conquistas, mas estamos lutando para ajustar o desequilíbrio na balança. Bill já havia se formado em Direito, sido aprovado no Exame de Ordem, mas não havia pegado sua carteira profissional pois seu trabalho de conclusão de curso – sobre direitos da mulher – não havia sido aprovado. Mas ele merece essa carteira em sua memória, e será expedida. É uma forma de exaltar sua grandeza, o direito de defesa e o respeito à justiça”, disse.

O conselheiro seccional Thiago Mota de Moraes, designado pela diretoria da OAB-AL para acompanhar o processo, falou sobre a necessidade da garantia de segurança para exercer a profissão. “Esse é um momento de silêncio. Um silêncio eloquente, que o Sistema OAB não deixaria passar sem uma resposta adequada. Estamos aqui por repudiarmos uma ofensa à vida de um verdadeiro herói. Quantos aqui se colocariam frente a um revólver? Foi uma ofensa à democracia, um ataque covarde à advocacia. Advogado e cidadão precisam ter a certeza de que podem adentrar este fórum com segurança”, disse Mota.


Publicado em 6 de setembro de 2021
Fonte: Portal OAB

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