Os dados são da pesquisa JUSBarômetro
A pesquisa “JUSBarômetro SP: A visão da Sociedade sobre a Justiça”, realizada pela Associação Paulista dos Magistrados (Apamagis), revelou que, entre os três poderes da República, a sociedade confia mais no Judiciário. Os dados mostram que enquanto 44% dos entrevistados confiam na Justiça Brasileira, apenas 27% confiam no Congresso Nacional. Sobre o Executivo, 57% não confiam na Presidência da República.
Para a presidente da Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB), Renata Gil, o levantamento confirma que é no poder Judiciário que a sociedade busca o resguardo dos direitos. “Isso indica que o Poder Judiciário é chamado para resolver as grandes questões da sociedade. Ele é a última porta do cidadão”.
Apesar do bom desempenho do Judiciário na pesquisa, a presidente da AMB afirma que há muito a ser feito para que o Poder conquiste a confiança de toda a população. “A sociedade ainda demanda de nós uma melhoria no tempo de processo. A efetividade é nosso grande desafio e isso também foi evidenciado pelo nosso público interno, em pesquisa com a magistratura. Temos que estudar quais são os caminhos que a gente deve adotar para termos essa efetividade. É nossa obrigação estar ao lado da sociedade para explicar tudo que está acontecendo. A gente precisa de mecanismos que façam com que essa porta de saída seja ampliada”, ressaltou.
O presidente do conselho científico do Ipesp, Antônio Lavareda, contou que o JUSBarômetro SP foi inspirado no estudo de aceitação do Judiciário realizado pela AMB, na gestão anterior, quando o Conselho de Pesquisas era dirigido pela atual presidente da instituição, Renata Gil. Antônio Lavareda afirmou que concorda com a presidente sobre a necessidade de aproximar a magistratura da sociedade. “O Poder Judiciário precisa ser mais preocupado e enfático em promover a informação necessária sobre acesso a direitos e ações positivas”, alegou.
Em relação à Comunicação sobre assuntos da Justiça, 50% dos entrevistados alegam ser informados por meio da Televisão. Portais da internet somam 44% e redes sociais, 19%. A presidente da Apamagis, Vanessa Mateus, preocupou-se com os números. “Quando a gente traz a pesquisa para São Paulo, a gente observa que gozam de uma confiança maior os que fazem uso da justiça. Mas por que essa imagem negativa é formada? A maioria das pessoas baseiam suas posições nas notícias”, analisou.
O ministro do Superior Tribunal de Justiça (STJ), Luis Felipe Salomão, também alertou sobre os problemas de comunicação. “Precisamos vencer esse dado e transformar nossa linguagem em uma linguagem compreensível para darmos um passo de aproximação em direção à sociedade. Nós já vimos que quanto mais próximos do público, melhor a Justiça será avaliada. Temos que acabar com a história de que, ao final de um julgamento, a pessoa tem que perguntar ao advogado se ganhou o caso”, ponderou.
Quanto mais se conhece a Justiça, melhor se avalia
A pesquisa mostrou ainda que quanto mais próximo ao Poder Judiciário, maior o nível de confiança do cidadão. A Justiça goza de 47% de confiança dos que já utilizaram os serviços. Em relação aos usuários do sistema, 43% confiam no Supremo Tribunal Federal, 54% acreditam no Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e 52% defendem o Superior Tribunal de Justiça (STJ).
Além disso, quanto melhor informado o cidadão está sobre as ações da Justiça, melhor se avalia o sistema. Em relação ao Judiciário Brasileiro, 34% dos “bem informados” o avaliaram como “ótimo”, enquanto 26% “sem informação” deram a mesma avaliação.
O estudo foi realizado entre os dias 26 e 31 de abril e contou com a participação de mil paulistas – que já utilizaram ou não o Sistema de Justiça. A pesquisa tem margem de erro de 3,2 pontos percentuais e pode ser conferida na íntegra clicando aqui.
Natália Lázaro (ASCOM)