Curso traz noções gerais sobre a arquitetura e o funcionamento da internet sob a perspectiva da investigação criminal
A Escola da Magistratura do Estado do Rio de Janeiro (Emerj) realizou na manhã desta sexta-feira (16) mais um encontro síncrono do curso “Investigação criminal na era tecnológica e o processo penal”. A reunião contou com grandes nomes do Direito Criminal. O curso, que é coordenado pela presidente da Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB), Renata Gil, também irá tratar sobre a interceptação e quebra de sigilo telefônico e de dados no contexto contemporâneo, além da geolocalização e investigação em fontes abertas.
Renata Gil fez a abertura do evento e ressaltou a importância do aperfeiçoamento diário do trabalho do magistrado. “O País passa por períodos que visam até desmontar o sistema de Justiça. Por isso, nós temos que nos unir e nos profissionalizar”, disse. “Vamos continuar firmes e fortes para entregar uma Justiça combativa à sociedade”, completou.
Renata Gil lembrou que assim como a Emerj, a Escola Nacional da Magistratura (ENM) também elabora cursos que trazem aos alunos a experiência da realidade no trabalho. “Nossa ideia é sempre entregar aos magistrados cursos que representem as nossas sentenças”, disse.
Ivana David, juíza substituta do 2º grau do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo (TJ-SP), reforçou que o sistema de justiça necessita de profissionais atualizados. “Juízes criminais têm que ter conhecimento tecnológico porque a guerra contra o crime é assimétrica. Nós temos que estar cientes disso”, disse. “Hoje, o que a gente percebe é uma profundidade tecnológica utilizada pelo crime. Precisamos estar atentos para lidar da melhor maneira com isso”, afirmou.
O promotor de Justiça do MP-RJ Cláucio Cardoso, que atuou na investigação de agentes com foro por prerrogativa de função, também participou da conversa e falou, dentre outros assuntos, sobre a colaboração premiada e sua importância na investigação desses delitos.
Ana Paula Costa, delegada de polícia no Rio de Janeiro, falou sobre os casos em que trabalhou e abordou o sistema Cellebrite, que ajuda a desbloquear e extrair informações dos modelos mais novos da linha iPhone confiscados em operações policiais. “Precisamos unir esforços, ouvir, conversar, e se colocar no lugar dos peritos ou dos magistrados que julgam o caso”, disse ao defender a unidade do sistema de Justiça.
O juiz do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro Anderson Paiva foi o mediador do encontro e é o tutor do curso gizou que “em tempos de acelerado desenvolvimento tecnológico, o aprimoramento dos recursos investigativos e uso de novas ferramentas é essencial para um combate mais efetivo às organizações criminosas e à lavagem de dinheiro, que hoje tem envolvido até criptomoedas”.
Mahila Lara
Assessoria de Comunicação da AMB