Mulher vítima de tentativa de feminicídio beija na boca o seu algoz antes da condenação

Um perdão expresso ou tácito, no entanto, com certeza será eficaz para a defesa do réu.

E agosto de 2019 Lisando Rafael Posselt tentou matar a sua namorada, e ontem, dia 28 de janeiro de 2019, foi condenado a 7 (sete) anos de prisão pelo Tribunal do Jurí em Venâncio Aires, no Vale do Rio Pardo.

O homem de 28 (vinte e oito) anos de idade, estava preso desde o dia seguinte ao crime, mas, permanecerá em liberdade, já que não possui antecedentes e a pena foi menor do que 8 (oit0) anos de prisão.

O inusitado foi a solicitação da vítima, sobrevivente à tentativa de feminicídio, Micheli Schlosser, que pediu autorização aos jurados para beijar o agressor.

Após prestar o seu depoimento e a solicitação ser atendida, a mulher, inesperadamente, beijou o seu algoz na boca e disse que o perdoava.

Para o advogado do agressor, o Dr. Jean Severo, o ato inusitado deu subsídio à defesa, que afirmou: "Se a vítima tem essa atitude, ela que é a principal interessada, isso certamente facilitou a nossa argumentação".

O réu, Lisandro Rafael Posselt foi condenado a 5 (cinco) anos por tentativa de feminicídio privilegiado, por agir sob forte emoção (o que diminui a pena), mas com qualificadora de recurso que dificultou defesa da vítima. Os outros 2 (dois) anos da pena foram aplicados pelo porte ilegal de arma.

Dos 7 (sete) jurados, 3 (três) votaram pela absolvição do réu.

Para o advogado do réu, o Dr. Jean Severo a pena foi aplicada adequadamente, inclusive, afirmou que não recorrerá da decisão.

Um outro fato inusitado neste julgamento foi que, após a sentença, a vítima e o réu pousaram abraçados em uma foto com os advogados que atuaram na defesa dele.

Para o promotor Pedro Rui da Fontoura Porto, que atuou na acusação, a vítima alegou diversas vezes durante o processo que era a culpada pelo descontrole emocional do homem. Ela ainda disse que a discussão ocorreu após ela ameaçar o namorado de uma falsa denúncia de estupro.

No entendimento do promotor de justiça essa versão não é verdadeira, até porque, ainda que fosse, não seria privilegiadora, pois o crime não foi na mesma hora. Ele saiu do local e retornou depois com a arma.

O promotor do caso informou que vai recorrer para derrubar a privilegiadora e aumentar a pena.

É importante se frisar que, no dia seguinte ao crime, o Lisando Rafael foi à delegacia, acompanhado de um advogado e entregou a arma usada no crime, e desde esta data permaneceu preso preventivamente.

Outro fato inusitado neste caso foi o fato de a vítima ter pedido medida protetiva contra o réu, contudo, posteriormente, pediu autorização judicial para visitá-lo na prisão, mas, o pedido foi negado.

(Matéria escrita e publicada pelo advogado Sérgio Marcelino Nóbrega de Castro).



O caso

Segundo a investigação, Micheli Schlosser, à época com 25 anos, e Lisandro discutiram na praça central de Venâncio Aires, no dia 14 de agosto, na presença de amigos do casal. Após a briga, Lisandro saiu do local, mas retornou armado, conduzindo uma motocicleta.

Ao perceberem a aproximação do homem, os amigos empurraram Micheli para dentro de um carro. No entanto, Lisandro disparou sete vezes pelo vidro traseiro, acertando cinco disparos na vítima. Ela chegou a ser internada em hospital da região, mas se recuperou dos ferimentos.



Publicado em 29 de janeiro de 2020

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