STF forma maioria pela inconstitucionalidade da tese de “legítima defesa da honra” em casos de feminicídio

AMB trabalha pelo endurecimento da punição aos assassinos junto ao Legislativo.

AMB trabalha pelo endurecimento da punição aos assassinos junto ao Legislativo

O Supremo Tribunal Federal (STF) registrou a maioria suficiente de seis votos para impedir o uso da tese de “legítima defesa da honra” por réus em casos de feminicídio em julgamento nos Tribunais do Júri. O processo ocorre no plenário virtual.

Até às 17h desta quinta-feira (11), cinco ministros acompanharam o entendimento do relator, ministro Dias Toffoli, no sentido de considerar a tese inconstitucional por violar princípios como o da proteção à vida, da dignidade da pessoa humana e da igualdade. São eles: Marco Aurélio Mello, Alexandre de Moraes, Gilmar Mendes, Edson Fachin e Rosa Weber. O julgamento termina às 23h59 de sexta-feira (12).

Para a presidente da Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB), Renata Gil, trata-se de uma decisão histórica no combate ao feminicídio. “A AMB luta para salvar a vida das mulheres. Lançamos o Pacote Basta, que tramita na Câmara dos Deputados, e a campanha Sinal Vermelho, que permitiu a denúncia de violência durante a pandemia. Trabalharemos incansavelmente para que os números de violência doméstica diminuam”, afirmou.

Na última semana, a AMB entregou ao Congresso Nacional um pacote com medidas legislativas que garantem direitos e justiça para quem sofre agressões por ser mulher. Uma delas é tornar o feminicídio crime autônomo.

No processo apreciado em plenário virtual, o Partido Democrático Trabalhista (PDT) apresentou ao Supremo a Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) 779 na qual sustenta que ainda são “frequentes decisões de Tribunais do Júri que absolvem feminicidas, pela nefasta, horrenda e anacrônica tese da ‘legítima defesa da honra’ (sic), bem como julgados de Tribunais de Justiça (segunda instância) no mesmo sentido”. Em seu voto, Toffoli afirmou que a tese da “legítima defesa da honra” é “esdrúxula”.

O ministro Gilmar Mendes acrescentou em seu voto a sugestão de impedir o uso do argumento durante a fase de investigação e do processo, sob pena de nulidade do julgamento. Toffoli acolheu a proposta.

Mahila Lara

Assessoria de Comunicação da AMB

Publicado em 13 de março de 2021

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