O secretário da Justiça Restaurativa na Infância e Juventude da AMB, Marcelo Salmaso, representou, nesta sexta-feira (7), a entidade no encerramento do 1º seminário da Justiça Restaurativa e Meio Ambiente. O magistrado, um dos organizadores e coordenadores pedagógicos do evento, agradeceu a todas as pessoas envolvidas no evento e a possibilidade de debater o tema que preconiza o diálogo, conectando e dando voz aos diferentes atores da sociedade, inclusive do Judiciário, para o fortalecimento da comunidade e a construção do desenvolvimento sustentável pautado pela proteção ao meio ambiente.
De acordo com ele, o ser humano sempre esteve em simbiose com a natureza e o meio ambiente. No entanto, a partir da ideia cartesiana antropocêntrica, o homem foi colocado com um observador externo, que busca compreender a natureza para dominá-la, pelos meios mais objetivos possíveis. Assim, os limites éticos foram deixados de lado, o que abriu campo para a exploração desenfreada e a destruição da natureza, com vistas a movimentar economias pautadas pela lógica da produção e do consumo. Essa mesma ideia pautou o desenvolvimento da sociedade as diretrizes do individualismo, do utilitarismo, do consumismo e da exclusão, que fomentam a competição, o que submete as pessoas à violência, tanto físicas e psíquicas, como também estruturais e culturais, especialmente as minorias.
A Justiça Restaurativa surge no contexto da mudança de tal paradigma para um novo paradigma holístico e ecológico, em que o ser humano é visto como um fio em meio à imensa teia que é a natureza, da qual faz parte e depende. “Antes de mais nada, a Justiça Restaurativa é um convite para todos nós refletirmos sobre nossa responsabilidade conosco, com o outro e o meio ambiente, construindo a partir daí uma lógica de cuidado em que os seres humanos passam a cuidar do mundo e a causar menos danos”, refletiu.
O evento foi realizado nos dias 6 e 7 de agosto ocorreu em parceria da AMB com a Associação dos Juízes Federais do Brasil (Ajufe).